Fisioterapia Vestibular

Entenda por que o nome Fisioterapia Vestibular

Dentro da nossa orelha, precisamente no osso temporal do crânio, fica o sistema vestibular, um órgão sensorial pequeno responsável em detectar as sensações de equilíbrio. Ele é formado por um sistema de tubos e câmaras e preenchido por um líquido chamado endolinfa. Também faz parte do sistema vestibular a cóclea, que é o órgão responsável pela audição, por isso muitas vezes alguns casos de tontura e vertigem vêm associados a alterações auditivas. A Fisioterapia Vestibular visa tratar as disfunções deste complexo sistema.

Nem toda tontura e vertigem é labirintite

A labirintite é uma patologia inflamatória do sistema vestibular e ao contrário do que se pensa, ela é rara.  Porém, a queixa de tontura e vertigem são bastante comuns. Nos EUA o estudo National Health and Nutrition Examination-Survey, de 2001 a 2004, estimou que 35,4% dos adultos tiveram disfunção vestibular e necessitaram de tratamento.

Muitos fatores podem desencadear tontura e vertigem como alterações de pressão arterial (tanto o aumento como a queda), alterações vasculares, hipoglicemia, medicamentos, dentre outros. Outras situações trazem estes sintomas:

– Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): É considerada a causa mais comum. Surge quando os pequenos cristais (otocônias) deslocam-se do seu local de origem (o utrículo) e vão para os canais semicirculares, provocando um conflito de informações, levando à vertigem

– Síndrome de Ménière: Sua causa ainda não está totalmente elucidada, pode existir relação com traumas, alterações metabólicas, alimentação, infecções, dentre outros. Ela é caracterizada pela sensação de pressão no ouvido (ou ouvido tampado), vertigem, zumbido e perda de audição flutuante (o que significa que ela alterna períodos de melhora e piora). Isso acontece devido a mudanças na pressão e na quantidade de endolinfa, líquido que fica dentro do nosso labirinto.

– Hipofunção vestibular: Como o nome sugere, se caracteriza pela perda de parte da função do sistema vestibular, podendo ser unilateral ou bilateral. Muitas vezes está associada a um histórico de labirintite, otite, VPPB e outras alterações do sistema vestibular.

– Cinetose: Pode ser descrita como uma sensibilidade à movimentos como andar de carro, barco, avião, dentre outros, que geralmente vem acompanhada de tontura, vômito ou náusea. De acordo com a associação de transtornos vestibulares dos EUA, entre 25 a 40% da população sofre de algum nível de cinetose. Ela ocorre porque existe um conflito de informações sendo recebidas pelo cérebro, uma espécie de assincronia entre o movimento que os olhos estão percebendo, e o que o sistema vestibular está percebendo.

Como é o tratamento, e por que associar a osteopatia à fisioterapia vestibular?

Cada uma das alterações vestibulares citadas acima tem um tipo de tratamento indicado.

A VPPB é a disfunção mais simples de tratar, e, em geral, é a de melhor prognóstico. O tratamento é feito através de manobras de reposicionamento utilizando movimentos de cabeça e mudanças de decúbito.  A manobra a ser realizada depende da correta identificação de qual canal está afetado (anterior, lateral ou posterior) e de que lado (direito ou esquerdo). Isso é identificado através de testes provocativos feitos durante a avaliação. Normalmente ao realizar a manobra de reposicionamento, uma única vez, já reduz significativamente ou completamente a sintomatologia mas em alguns casos é necessário que essa manobra seja repetida.

Na síndrome de Ménière o tratamento consiste em amenizar a intensidade e frequência dos sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida.  A junção de técnicas osteopáticas (principalmente as cranianas) com técnicas da fisioterapia vestibular proporcionam uma abordagem bastante completa sobre a circulação de líquidos intracranianos, incluindo a endolinfa, o que proporciona conforto ao paciente.

Nos casos da Hipofunção Vestibular e Cinetose o tratamento é feito com um programa de exercícios específicos para cada caso. Eles podem englobar movimentos dos olhos, movimentos de cabeça, mudanças de posição corporal e superfícies. Principalmente nos casos de cinetose, o Pilates também pode ser um excelente aliado.

Os raros casos da verdadeira labirintite devem ser tratados com medicamentos sob prescrição médica. O que pode ser tratado através de Fisioterapia Vestibular e da Osteopatia são os possíveis sintomas que podem permanecer após não haver mais infecção ou inflamação, como por exemplo: sensibilidade no ouvido, dor de cabeça, dor cervical, alguns tipos de zumbido, dentre outros.

Dentre tantas possibilidades que podem causar sintomas tão semelhantes fica evidente que o caminho para um tratamento efetivo consiste em uma boa avaliação. É nesse momento, através de testes específicos, que podemos descartar patologias de origem central e identificar que tipo de alteração vestibular está presente. Ou ainda, se a queixa de tontura do paciente tem relação com disfunções oriundas da coluna vertebral, da articulação temporomandibular (ATM), sacro, tensões cranianas, sistema tônico-postural, cicatrizes.

A Fisioterapia ou Reabilitação Vestibular tem como objetivo amenizar ou eliminar episódios de vertigem, tontura e desequilíbrio, através da avaliação e técnicas específicas para cada caso.

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