Nossas fezes fornecem informações atualizadas sobre o estado de saúde digestivo e possíveis problemas que podem ser resolvidos.
Seu formato, assim como o odor expressa como está o seu trânsito intestinal e em que local dos intestinos pode haver uma diminuição de motilidade (movimento próprio da víscera, fundamental para sua função de empurrar o bolo fecal na direção da evacuação).
Sua cor, entre outras informações, dá dicas sobre a não absorção de gorduras, por exemplo. Se estiver amarelada, algum desses órgãos está funcionando inadequadamente: fígado, vesícula biliar ou pâncreas por pouca produção ou distribuição de enzimas lipídicas (que “quebram” gordura) ou não está havendo absorção adequada de gorduras pelo intestino delgado.
Esta escala (Bristol) nos ajuda a entender o comportamento dos intestinos (sim, são vários: com cerca de 8 m, ele é dividido em seções: duodeno, jejuno e íleo (intestino delgado) e cecum, colons ascendente, transverso, descendente, sigmóide e reto (intestino Grosso), cada uma com funções específicas.
• Tipo 1 : caroços duros separados (difícil de passar);
• Tipo 2 : irregular, rugoso;
• Tipo 3 : em forma de linguiça com rachaduras na superfície;
• Tipo 4 : em forma de salsicha, banana ou cobra; liso e macio;
• Tipo 5 : bolhas suaves com bordas bem definidas, faltando fibra (bem fácil de passar);
• Tipo 6 : peças fofas com bordas irregulares (diarréia leve);
• Tipo 7 : totalmente líquido, aquoso, sem peças sólidas (diarréia severa);
Os tipos 3 e 4 – Fezes bem formadas, hidratadas e fáceis de passar são consideradas “ideais”.
Os tipos 1 e 2 – Fezes duras e difíceis de passar indicam obstipação (prisão de ventre). Pode haver sensação de evacuação incompleta, distensão e dor abdominal. Pode levar ao esforço de defecar e ao desenvolvimento de hemorróidas.
Fezes com excesso de líquido ou totalmente líquidas indicam diarreia (tipos 5, 6 e 7). Os pacientes frequentemente relatam sentimentos de urgência ou problemas de continência com suas fezes neste ponto da escala. A diarreia prolongada pode causar desidratação e desnutrição. É necessário atendimento médico, não apenas para o tratamento agudo, mas para investigação diagnóstica.
O tratamento osteopático pode auxiliar na melhora e restabelecimento da função intestinal, além de serem orientados adequação de hábitos, bem como exercícios específicos e, caso seja encontrada alguma causa emocional, a Microfisioterapia e o Tratamento Integrado do Sistema Nervoso Autônomo podem ajudar, além de acompanhamento psicológico.
Dicas:
- Caso demore para evacuar ou tenha prisão de ventre, avalie seu consumo de água: cerca de 30 ml por quilo (do seu peso) é uma média saudável de consumo diário.
- Consuma mais fibras e peça auxílio a um nutricionista.
- Tenha uma rotina de exercícios físicos. O movimento é o motor para todo funcionamento orgânico.
- Costume utilizar um banquinho nos pés e inclinar um pouco o tronco à frente para promover o relaxamento do esfíncter anal externo. Além disso, pode fazer respirações amplas e lentas exalando com a boca aberta como se estivesse lançando “bafo no vidro” por 5 a 6 segundos (cada exalação) comprimindo suavemente o “umbigo nas costas”. Esta respiração, além de “acalmar” o sistema nervoso autônomo com maior ação parassimpática, contrai os músculos transverso e oblíquos profundos abdominais auxiliando o peristaltismo (movimento intestinal na direção da evacuação).
- Caso se sinta estressado (isso pode ser o motivo da desregulação intestinal), além de exercícios, medite e faça exercícios respiratórios em relaxamento, com frequência.
- Uma avaliação profissional é fundamental para identificar a causa do problema e traçar metas de tratamento.