Lombalgia (dor lombar): o que é e como tratar

Definida como dor na região baixa da coluna, entre a última costela e a prega glútea, podendo ser caracterizada por rigidez, espasmos musculares, dor difusa (espalhada), em pontada, em queimação, em faixa, irradiada, aumentada pelo movimento ou não, e ainda ser incapacitante. Pode ser crônica se mantida por mais de três meses e é líder absoluta em causas de afastamento no trabalho relacionado a problemas ortopédicos de acordo como Ministério da Previdência Social, pelo CID 10 M54.5, sendo responsável por quase 80 mil licenças anuais.

Estudos epidemiológicos apontam principalmente que as causas podem estar associadas a diversos fatores, dentre eles: estado de saúde (indivíduos que percebem sua saúde ruim apresentam maior prevalência de dor lombar), hábitos de vida ou comportamento (tabagismo, alimentação e sedentarismo), ocupação e estresse.
Importante saber:

  1. A coluna lombar é o “pilar” de sustentação do seu tronco e estamos pouco adaptados ainda à postura bípede. Se nos movêssemos mais ao longo do dia seria diferente, mas optamos por sentar a maior parte do tempo e subutilizamos esse pilar.
  2. Hérnias, protrusões e degenerações discais , osteofitose ou “ bico de papagaio” e osteoartrose, dentre outras patologias locais degenerativas, podem ou não ser causas diretas da dor, mas certamente são consequências de outras desordens funcionais que favoreceram a sobrecarga em hipermobilidade da coluna lombar.
  3. Por outro lado e de forma a desmistificar, fortalecimento de “core” (musculatura da região abdominal e lombar) e “cadeia posterolateral” (musculatura que abrange parte lateral do tronco, quadril e membro inferior) não é solução para todo tipo de problema na coluna lombar. É necessário identificar possíveis diagnósticos diferenciais e quais condições estruturais e funcionais apresentadas.

    A Osteopatia diagnostica e trata dor lombar causada por desordens mecânicas, viscerais ou cicatriciais advindas diretamente do tórax, abdome e pelve, além de desordens nutricionais (vascularização), neurovegetativas e hormonais devido às relações teciduais e neurológicas anatomicamente e fisiologicamente existentes. Desta forma, qualquer alteração no sistema digestivo, genitourinário ou respiratório podem ser uma das causas diretas. Também podem ocorrer disfunções teciduais à distância, como exemplo uma perna curta, um entorse de tornozelo ou uma disfunção craniocervical ou temporomandibular, que através de linhas de tensão ou reações posturais causam dor lombar. Ainda podem estar associados fatores emocionais, possivelmente detectáveis, como conflitos de desvalorização relacionados a aspectos particulares.

    O tratamento deve ser biopsicosocial e o indivíduo dever ser visto sob um olhar integrativo. Nosso papel é analisar minuciosamente todos os fatores, identificar possíveis causas e tratar com metas atingíveis a curto, médio e longo prazo.

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